sábado, 2 de abril de 2011

Lançada a Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT




O salão nobre do Congresso Nacional, no dia 29/03/2011, foi palco de um dos momentos mais significativos na luta pelo reconhecimento dos direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais-LGBT e a efetivação da cidadania da comunidade homossexual. Numa bela cerimônia, aconteceu o lançamento da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT.

A Frente de caráter supra-partidário, tem como objetivo reunir todos os parlamentares comprometidos com os direitos humanos, com o combate à discriminação e ao preconceito de todos os tipos. E que, independente de suas crenças religiosas, reafirmam o caráter laico e republicano do Estado brasileiro.


A Frente apóia e articula a apresentação e aprovação de proposições legislativas de interesse da comunidade LGBT, assim como trabalha para colaborar na garantia de recursos para a execução do Plano Nacional de Política LGBT. E, neste novo momento, é composta por 175 parlamentares, incluído deputados federais e senadores.

Para Carlos Magno, secretário de comunicação da ABGLT, a Frente LGBT é uma grande iniciativa, pois os parlamentares poderão atuar no Congresso e no Senado e defender os interesses da comunidade LGBT. “ Além de leis que nos proteja, precisamos de porta-vozes que possam garantir o debate prol-LGBT no congresso. Precisamos de vozes para denunciar os crimes, a violência homofóbica e, fundamentalmente, a falta de leis”, comemora Magno.

Um dos deputados de destaque na Frente é o  Jean Wyllys (PSOL-RJ).
Carlos Magno e Jean Wyllys no lançamento da Frente Mista pela Cidadania LGBT( foto)

Repúdio a Jair Bolsonaro

Repercussão.Declarações homofóbicas do deputado do PP geram reação do movimento LGBT
Repúdio a Jair Bolsonaro
Publicado no Jornal OTEMPO em 02/04/2011
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DANIEL BARBOSA
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FOTO: LUIZA DANTAS / DIVULGAÇÃO
Pivô das declarações de Bolsonaro, Preta Gil foi anunciada musa da Parada Gay em 2011
A emenda saiu pior do que o soneto", disse Preta Gil, em entrevista ao site Mix Brasil, sobre o fato de o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), depois de ser acusado de crime de racismo, direcionar para os homossexuais as declarações preconceituosas que deu durante a semana, a partir de sua participação, na última segunda-feira, no programa "CQC", da TV Bandeirantes.

As falas vieram a público no mesmo momento em que foi reativada a Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT e motivaram a mobilização de todas as entidades representativas desse grupo em torno de seus principais objetivos: a criminalização da homofobia, a união estável e o direito ao uso do nome social no caso de transexuais.

"Foram declarações estúpidas, de uma pessoa que ignora a Constituição e que tem que ser punida. Ele ultrapassou a linha da razoabilidade. Estamos fazendo coro com algumas ações já movidas pela Frente Parlamentar e pela Câmara Federal para que se abra um processo, e o deputado Bolsonaro seja cassado", diz Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, acusando o incentivo à violência e a homofobia contido nas declarações do deputado.

"Temos que passar da indignação à ação, por isso vamos dar apoio às iniciativas tomadas com relação ao episódio, o que vai da cassação do mandato a outras penalidades", diz a deputada Fátima Bezerra (PT-RN), integrante da frente.

Carlos Magno, militante do Cellos (Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual), diz que, em Minas, as entidades também estão se mobilizando. "Esse tipo de declaração é fruto de impunidade", diz, acrescentando que o movimento LGBT no Estado está articulando, junto a alguns deputados, uma Frente Parlamentar Mineira de combate à homofobia.
Frente já se movimenta pela criminalização da homofobia
Coordenador da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania GLBT, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) disse que o caso de Bolsonaro não é isolado, lembrando que a bancada evangélica está acostumada a "rasgar a Constituição". Wyllys é um dos integrantes do grupo de 22 deputados federais que apresentaram cinco ações contra Bolsonaro. As representações foram encaminhadas para órgãos como o Ministério Público, a Corregedoria da Câmara dos Deputados e o próprio PP, de Bolsonaro.

A Frente Parlamentar já reúne 175 parlamentares, o que a põe em larga vantagem em relação à bancada evangélica, com 72. "A Frente tem, de cara, o objetivo de tocar esse projeto de criminalização da homofobia no Senado e tocar, na Câmara, a PEC do casamento civil entre homossexuais", disse Wyllys. (DB)